sábado, 29 de janeiro de 2011

Histórias da vó

Quando eu era criança ia para casa dos meus avós passar as férias lá com meus primos. Meus avós moram numa fazenda no Estado de Goiás. Minha avó tinha o costume de ao cair da noite, depois de um dia de muitas brincadeiras na roça, sentar no sofá e contar histórias para os netos. Entre tantas histórias que minha vó contava, tinha uma que nunca esqueci:

O macaco cantor
Era uma vez um macaco que morava numa mata perto de um caminho onde passavam viajantes.
Um dia ele estava com muita fome e foi para a estrada ver se passava alguém que pudesse dar algo para ele comer. Passava uma, duas, três pessoas e ninguém parava. O macaco já estava com muita fome. Então achou um pedaço de banana na beira da estrada e começou a comer.
Estava tão destraido comendo que nem percebeu que vinha um carroceiro.
O carroceiro que também estava destraído, descacando uma laranja, nem percebeu que rabo do macaco estava na beira da estrada e passou por cima.
O macaco pulou, pulou, pulou, pulou, pulou e gritava sem parar. O carroceiro nem sabia do que fazer diante da situação do macaco sem rabo.
Sentindo muita dor e sem o rabo o macaco disse ao carroceiro:
- Ou o senhor me devolve o meu rabo ou então me dá essa faca.
- Não posso devolver o seu rabo, fica com a faca. Disse o carroceiro.
O carroceiro fui embora e o macaco ficou adimirando a faca que ganhou.
Passou por ali um homem montado no cavalo carregando uns balaio para vender na feira, só que precisava consertar alguns balaios que tinham quebrado na viagem. Quando viu o macaco com aquela faca perguntou:
- Olá macaquinho, você me empresta essa faca para eu arrumar alguns balaios que quebraram na viagem.
- Não senhor, você vai estragar minha faca
- Prometo que não vou quebra-la, me empresta?
- Tá bom, mas tenha cuidado.
Quando o homem já estava terminando da conseratr os balaios a faca quebrou. O macaco ficou muito nervoso, brigou com o homem e disse:
- Tá vendo, tá vendo, eu sabia que vc ia quebrar minha faca, e agora o que eu vou fazer, sem rabo e sem faca?
- Desculpa, mas não posso te dá outa faca.
- Ah... ou o senhor me devolve minha faca ou me dá um balaio desses.
- Tá bom, pega um desses ai e vai embora.
O macaco "catou" um balaio do homem e seguiu viagem.
Mais à frente encontrou uma moça que carregava um monte de pães na mão. Ela já estava cansada e não aguentava mais. O macaco se compadeceu daquela jovem e lhe ofereceu seu balaio.
Quando a moça colocou os pães no balaio para coloca-lo nas costa o cesto arrebentou.
Ah, mais o macaco ficou muito irrado, nem sabia o que fazer.
- Olha moça eu te emprestei mei balaio e a senhora faz isso, como eu vou carregar inhas coisas agora?
- Macaquinho, me perdoe. Não posso te dá outro balaio. Você aceita uns pães.
O macaco ficou feliz. Afinal de contar ela estava morrendo de fome.
Agradeceu a moça e saiu pulando para cima das árvores.
Chegou num local bem alto e comeou a cantar:


Do meu rabo eu fiz uma faca,
De uma faca eu fiz um balaio,
Do balaio eu fiz um pão,
Do pão fiz meu violão,
Tom, tom, tom, tom...

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